domingo, 12 de dezembro de 2010


O que é Artigo?
             Segundo Thais de Mendonça Jorge no livro Manual do Foca, o artigo é um texto opinativo, redigido a partir de análises, observações e idéias, sem fazer necessariamente investigação jornalística de campo. É publicado com assinatura e depende de critérios editoriais. Existem articukistas fixos, contratados ou convidados pelo veículo, e leitores que oferecem colaboração.
JORGE, Thais de Mendonça. Manual do foca - guia de sobrevivência para jornalistas. São Paulo; Editora Contexto, 2008.
            De acordo com o senso comum, artigo é todo texto divulgado na imprensa. Para as instituições jornalísticas, é um gênero específico, uma forma de expressão verbal. Trata-se de uma matéria jornalística onde alguém (jornalista ou não) desenvolve uma idéia e apresenta sua opinião.
            Os artigos são produzidos por:
1)      articulista: pessoa especializada em determinadas área (economia, política, etc.)
2)      Comentarista: esporte, cultura, etc.
3)      Cronista
4)      Crítica especializada
5)      Colaboradores convidados
No livro Gêneros Periodísticos, Martín Vivaldi Gonzalo diz que dois elementos são específicos ao artigo jornalístico:
·        Atualidade – o articulista tem liberdade de conteúdo e de forma, mas ele deve tratar do fato ou idéia da atualidade, coadunando-se com o espírito do jornal.
·        Opinião – a significação maior do gênero está contida no ponto e vista que alguém expõe. A opinião ali emitida vincula-se a assinatura do autor; o leitor a procura exatamente para saber como o articulista (geralmente personalidade destacada) pensa e reage diante da cena atual.

Estrutura do artigo
A estrutura do artigo é idêntica à do editorial. Compõe-se dos seguintes elementos:
  • TÍTULO: poucas palavras, incisivo, expressando a linha ideológica adotada.
  • INTRODUÇÃO: formulação da notícia ou idéia que deu origem à notícia.
  • CORPO: formado por blocos feitos de retângulos, cada um deles autônomo, isto é, contendo lead, desenvolvimento e conclusão.
O corpo é o local em que se dá a discussão ou argumentação: interpretação, análise, debate dos diferentes aspectos do tema. Consiste em:
- expressar as implicações, confrontar o tema com outros semelhantes, manipulá-lo, desintegrá-lo;
- pensar não só como o editor, mas também como pensariam seus opositores;
- antecipar-se às críticas e destruir previamente as objeções que se fariam à opinião expressa.
Estilística
Para compor o artigo, seu autor dispõe de tempo suficiente para trabalhar bem o texto. Portanto, do autor exigem-se alguns dotes, como o “talento crítico e expositivo..., que não incorra nos vícios estilísticos, notadamente no lugar-comum ou na redundância...”. O texto deve ter estilo com as seguintes características:
6.1 TOPICALIDADE: Debater um único tema. Exprimir não só a opinião sedimentada, quanto aquela que está em formação.
6.2 CONDENSABILIDADE: Tratar uma idéia única central. O texto é curto. A linguagem, simples, direta, incisiva, cortante, enérgica e convincente. A marca dessa característica acha-se no espaço destinado ao texto, na fonte empregada, e na redação. Em relação a esta última: a) maior ênfase nas afirmações do que nas demonstrações; b) repetição regulada de idéias e conceitos, ou seja, a redundância deve ser relativa e subordinada sempre à existência de fatos novos. (BELTRÃO, L. 1980, p.54)
6.3 Há outras características – básicas –, fundamentais, portanto, a qualquer texto:
- Pontuação correta: é fundamental para aumentar o nível de compreensibilidade.
- Circunstâncias: uso de conjunções, preposições, advérbios, de modo adequado. Isso significa o uso de linguagem que bem caracteriza os enfoques, as circunstâncias: de causa-efeito, contraste, tempo-espaço, explicitação, enumeração, condição, etc. O emprego desses elementos sintáticos, porém, não deve ser excessivo.  Uma regra básica para evitar o excesso é o emprego equilibrado entre a coordenação e a subordinação. 
BELTRÃO, Luiz. Jornalismo opinativo. Porto Alegre: Sulina, 1980. p.64-66

Janio de Freitas parte do pressuposto de que “nunca se escreve para todos os leitores, senão para um público pré-determinado, cujo nível já se conhece antecipadamente”. Por isso, dá a seguinte receita para a estrutura e o estilo do artigo:
a) ROTEIRO: Conter um roteiro de pensamento segundo a cabeça do leitor e não de acordo com o raciocínio do redator, de modo a conduzir o leitor à compreensão progressiva e entrosada das idéias. Este, segundo Janio, é o único meio de compreender o todo;
b)  CLAREZA: Significa não conter “palavras e frases muito empoladas, muito pretensiosas”, retiradas do “sociologuês” e do “economês”, que são “termos e expressões inalcançáveis pelo leitor”. Isto não significa, porém, vocabulário pobre;
c)  CONCISÃO: Consiste na limpeza do texto: expor mais idéias com menos palavras, com parágrafos curtos e textos pequenos. Não reduzir em demasia, porém, os parágrafos.
A concisão relaciona-se tanto com a clareza e a objetividade quanto com a estética: quando o leitor vê texto muito longo, evita-o.
Janio de Freitas conclui, admoestando: “Ao ser claro, não seja primário. Ao ser conciso, não seja telegráfico”.
  FREITAS, Janio de. A Busca do texto ideal. In Revista de Comunicação, Ano 1, No. 2, p.14-15.

Exemplo de um artigo jornalístico:
Por Airton Luiz Mendonça 
(Parte do Artigo do jornal 'Estado de São Paulo')


O Cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos. 
Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem relógio... você começará a perder a noção do tempo. 
Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea. 
Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol. 
Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar: 
Nosso cérebro é extremamente otimizado. 
Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho. 
Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia. 
Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar 
Conscientemente tal quantidade. 
Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não aparece no indice de eventos do dia e portanto, quando você vive uma experiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos para compreender o que está acontecendo. 
É QUANDO VOCÊ SE SENTE MAIS VIVO. 
Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e apagando' as experiências duplicadas. Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada vez mais rapidamente. 
Quando começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito complicado, nossa atenção parece ser requisitada ao máximo. 
Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo. Como acontece? 

Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente); O cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e usa , no lugar de repetir realmente a experiência). 
Em outras palavras, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para a mente. Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa... São apagados de sua noção de passagem do tempo... 

Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a experiência repetida. 

Conforme envelhecemos, as coisas começam a se repetir, as mesmas ruas, pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, reclamações... Enfim... As experiências novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e cheio de novidades), vão diminuindo. 

Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que vivemos de novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década. 
Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a... ROTINA 

Não me entenda mal. 

A rotina é essencial para a vida ela otimiza muita coisa, mas a maioria das pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos. 

Felizmente há um antídoto para a aceleração do tempo: M e M (Mude e Marque). 

Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma festa ou registros com fotos. 

Mude de paisagem, tire férias com a família (sugiro que você tire férias sempre e, preferencialmente, para um lugar Quente, um ano, e frio no seguinte) e marque com fotos, cartões postais e cartas. 

Tenha filhos (eles destroem a rotina) e sempre faça festas de aniversário para eles, e para você (marcando o evento e diferenciando o dia). 

Use e abuse dos rituais para tornar momentos especiais diferentes de momentos usuais. 
Escolha roupas diferentes, não pinte a casa da mesma cor, FAÇA DIFERENTE. 
Beije diferente sua paixão e viva com ela momentos diferentes. 

Vá a mercados diferentes, leia livros diferentes, busque experiências diferentes. SEJA DIFERENTE. 

Se você tiver dinheiro, especialmente se já estiver aposentado, vá com seu marido, esposa ou amigos para outras cidades ou países, veja outras culturas, visite museus estranhos, deguste pratos esquisitos..... Em outras palavras...... V-I-V-A. !!! 

Porque se você viver intensamente as diferenças, o tempo vai parecer mais longo. 

E se tiver a sorte de estar casado(a) com alguém disposto(a) a viver e buscar coisas diferentes, seu livro será muito mais longo, muito mais interessante e muito mais v-i-v-o... do que a maioria dos livros da vida que existem por aí. 

Cerque-se de Amigos. 

Amigos com gostos diferentes, vindos de lugares diferentes, com religiões diferentes e que gostam de comidas diferentes. 
Enfim, acho que você já entendeu o recado, não é? 

Boa sorte em suas experiências para expandir seu tempo, com qualidade, emoção, rituais e vida. 

E s CR E VA em 
tAmaNhos diFeRenTes e em CorES
di f E rEn tEs ! 

CRIE, RECORTE, PINTE, RASGUE, MOLHE, DOBRE, PICOTE, INVENTE, REINVETE..... 
V I V A !!!!!!!!

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